Um século de história (1913-2013)

1. Período anterior ao primeiro navio Kasato-maru [1869/1906]

Em 1869, interrompendo sua viagem de estudos para a Inglaterra, desembarcava na Bahia um passageiro do navio inglês “Liverpool” de nome Jūrōzaemon Maeda, procedente do feudo de Satsuma. Sua visita ao Brasil, acredita- se, teria sido o primeiro vínculo a surgir ligando o Brasil à nossa terra de Kagoshima.

Em 1877, enquanto viajava para a Alemanha a bordo do encouraçado “Vineta” com o objetivo de se instruir nas artes da artilharia naval, Gonnohyōe Yamamoto — que mais tarde viria a se tornar primeiro-ministro do Japão — desceu ao porto de Santos, tornando-se o segundo nativo de Kagoshima a visitar o Brasil.

Em 1906, depois de resignar ao posto de desembargador do Tribunal Municipal da cidade de Kagoshima e dedicar seus esforços ao exercício da advocacia, Saburō Kumabe, que alimentava o sonho de construir no Brasil um “novo paraíso terrestre” para os japoneses, ingressou como colono na Fazenda Santo Antônio, tornando-se assim pioneiro da imigração japonesa para o Brasil; acompanharam- no ainda Ryōichi Yasuda, Tomozō Kudama, Nagase, Torii (desconhece-se o primeiro nome de ambos), Shinkichi Arikawa, Masahiko Matsushita e Tamezō Nishizawa.

2. Primeira e segunda levas de imigrantes (navios Kasato-maru e Ryojun-maru) [1908/1910]

Em abril de 1906, depois de desembarcar no porto do Rio de Janeiro, Ryō Mizuno, da Companhia Imperial de Emigração e Colonização, com o apoio do ministro plenipotenciário da Legação Japonesa no Brasil, Fukashi Sugimura, selou com o então secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Carlos Botelho, um acordo que garantia a introdução dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil.

Em 28 de abril de 1908, com 781 pessoas (168 famílias) a bordo, zarpou do porto de Kōbe o famoso vapor Kasato- maru; a embarcação chegou a Santos no dia 18 de junho. Dentre os passageiros, 172 eram naturais de Kagoshima (46 famílias). Destes, alguns dirigiram-se para a Fazenda São Martinho e outros para a Fazenda Guatapará, mas as más condições de trabalho, que em muito contrastavam com aquilo que lhes havia sido prometido no Japão, serviram de combustível para uma série de revoltas cujos líderes, no fim das contas, se viram obrigados lamentavelmente a abandonar as fazendas.

Em junho de 1910, depois que os direitos obtidos através do contrato foram transferidos pela Cia. Imperial à Companhia de Emigração Takemura, desembarcaram no porto de Santos outros 909 imigrantes (247 famílias) que vieram a bordo do vapor Ryojun-maru. Destes, 110 eram provenientes de Kagoshima (35 famílias); comparada à primeira leva de imigrantes, a segunda registrou um menor número de rebeliões nas fazendas, mas mesmo assim o número de imigrantes que se evadiam do local de trabalho permanecia grande.

Em março de 1912, o navio Itsuku- ‑shima-maru atracou no porto de Santos trazendo outros 1.432 imigrantes japoneses. No mês seguinte, mais 1.412 japoneses chegaram ao Brasil trazidos pelo vapor Kanagawa- maru.

Como, porém, muitos imigrantes provenientes de Kagoshima tivessem tomado parte nas revoltas no interior das fazendas, nestas duas levas o recrutamento de indivíduos daquela província esteve lamentavelmente suspenso, vindo a ser reestabelecido somente a partir de 1917.

3. Fundação da Associação Cultural Kagoshima do Brasil [1913]

Em agosto de 1913, tendo aqueles primeiros imigrantes de Kagoshima se reunido com o objetivo de discutir o recrutamento de novos imigrantes daquela província, chegou-se à conclusão de que era melhor que todos se unissem sob um único propósito, dividindo igualmente entre si as responsabilidades daí decorrentes; para isso foi criada a Associação Cultural Kagoshima do Brasil (Brasil Kagoshima Kenjin-kai), cujos cargos diretivos encontravam-se distribuídos da seguinte maneira: Koretaka Kumamoto (presidente), Naoya Samejima (vice-presidente), Masayoshi Maruno (tesoureiro).

4. Reestabelecimento do recrutamento e declínio das atividades [1917-]

De 1917 a 1919, os co-provincianos de Kagoshima já estabelecidos aqui uniram forças e conseguiram fazer com que fosse reestabelecido o recrutamento de grandes números de imigrantes naquela província; isso representava, para todos os efeitos, que os objetivos iniciais da associação estavam sendo cumpridos. Porém, no início dos anos 20 já começava a arrefecer o furor que animava os japoneses a emigrarem para o Brasil, de maneira que as atividades da associação começaram a diminuir sensivelmente.

5. Os anos turbulentos do após-guerra [1945]

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945, foram surgindo vários boatos fantasiosos sobre o resultado do conflito e muitos japoneses recusaram-se a aceitar o fato de que o Japão fora derrotado, dando origem a uma série de eventos conflituosos. Dentre esses, os mais lamentáveis foram certamente os atentados perpetrados pelos “vitoristas” (isto é, aqueles que defendiam a ideia de que o Japão saíra vencedor do conflito) contra os “derrotistas”, seus oponentes.

6. Reestabelecimento do envio de novos imigrantes e rearticulação da entidade [1952/1953]

Em 1953, foi reestabelecido o acordo que permitia a entrada de famílias japonesas no Brasil, em decorrência, sobretudo, dos bons resultados obtidos pelos japoneses com o plantio de juta e pimenta na região amazônica (processo liderado por Kotarō Tsuji) e do fato de que Yasutarō Matsubara (japonês que residia em Marília) mantinha relações pessoais com o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas. A visita do então deputado Kaju Nakamura ao Brasil e a solicitação feita por Yukishige Tamura ao presidente Vargas para que fosse reestabelecido o fluxo migratório Japão-Brasil também concorreram para que estas aspirações se realizassem.

A Associação Cultural Kagoshima, que à época se encontrava em situação de abandono, ganhou novo alento com a chegada dos novos imigrantes. Uma nova associação, que congregava os provincianos de Kagoshima residentes em São Paulo e arredores (São Paulo Oyobi Kinkō Kagoshima Kenjinkai), foi criada em junho de 1952 tendo como sede o armazém de Tamotsu Hidaka, comerciante de batatas em Pinheiros. Os cargos diretivos foram ocupados da seguinte maneira: Eisuke Ōhara (presidente), Shigeji Ikeda (vice-presidente), Ichiji Tōgō (tesoureiro), Shigeru Yamashita (secretário geral).

7. Renovação da entidade [1957 – 1978]

7. Renovação da entidade [1957 – 1978]
Com o aumento do número de imigrantes vindos no pós-guerra, surgiu também a necessidade de se ampliar o raio de atuação da Associação Cultural Kagoshima para dar conta dos imigrantes estabelecidos em outras regiões, o que resultou na sua transformação em uma associação nacional dos co-provincianos de Kagoshima (Zaihaku Kagoshima Kenjinkai) em junho de 1957.

O quadro diretivo da primeira gestão era composto pelos seguintes membros: Shigeji Ikeda (presidente), Ichiji Tōgō (vice-presidente), Shigeru Yamashita ( diretor-geral), Haruji Ōhara (tesoureiro), Masayoshi Kajibata (assuntos gerais) e Shoichi Ogura (secretário geral).

Entre 1959 e 1963, ocorreu um súbito aumento no número de jovens solteiros que imigravam para o Brasil, parte via Cooperativa Agrícola de Cotia, parte via Associação Cultural Kagoshima (presidida, à época, por Ichiji Tōgō), que trabalhava em conjunto com o governo de Kagoshima para o recrutamento de novos imigrantes. Cerca de 300 pessoas (80 unidades familiares) imigraram de Kagoshima para o Brasil neste período.

De 1963 a 1967, a Associação Cultural Kagoshima (presidente: Shigeru Yamashita) ajudou diversos jovens imigrantes a se estabelecer no setor de administração agrícola, fornecendo subsídio financeiro, consultoria técnica, auxílio aos jovens solteiros que buscavam independência financeira e até consultoria matrimonial.

Durante a gestão de Masayoshi Kajibata (1967-1971), foi inaugurado na Associação Cultural Kagoshima um programa de bolsas de intercâmbio no Japão — atividade que já vinha sendo desenvolvida por outras associações de província — voltado para os descendentes de imigrantes de Kagoshima. A primeira bolsa foi concedida a Iwao Iwashita, em 1970.

Em outubro de 1969, Fábio Yassuda (filho do co-provinciano Ryōichi Yasuda) assumiu a pasta da Indústria e do Comércio, tornando-se o primeiro ministro com ascendência nipônica da história do Brasil.

A gestão de Haruji Ōhara (1971-1975) testemunhou o crescimento econômico do Japão, fenômeno que resultou no aumento de investimentos japoneses na economia brasileira. Em 1974, concorrendo ao cargo pela primeira vez, o conselheiro da associação Yasunori Kunigō foi eleito deputado federal.

Em outubro de 1974, a província de Kagoshima sediou o Festival Nacional de Esportes do Japão; por ocasião do evento, foi enviada uma delegação com cerca de 90 membros liderada por Masayoshi Kajibata, estreitando ainda mais os laços com a província de Kagoshima.

Na segunda gestão de Masayoshi Kajibata (1975-1977), a diretoria esteve composta por: Shinobu Ikegami e Hirozō Tomo (vice-presidentes), Katashi Tamari e Hiroshi Komori (tesoureiros). Neste período, verificou-se o fortalecimento do espírito de confraternização no interior da entidade e a reafirmação do compromisso dos co-provincianos de Kagoshima para com os ideais da associação.

Em 1977, Shinobu Ikegami se tornou o primeiro imigrante do pós-guerra a ocupar a presidência da associação. A vice-presidência desta gestão, encerrada em 1978, foi ocupada por Katashi Tamari (pós-guerra) e Hirozō Tomo (nascido no Brasil), e a tesouraria, por Hiroshi Komori (pós-guerra) e Yōichi Okamoto (nascido no Brasil).

No ano de 1977 comemorou-se o centenário do falecimento de Takamori Saigō. Após uma solicitação feita pelo governo da província, com 466 assinaturas, a nossa associação cedeu 14 mil dólares para o envio de uma delegação com cerca de 60 membros presidida por Haruji Ōhara para participar das festividades no Japão.

Em 18 de junho de 1978, foram realizados no estádio do Pacaembu os festejos do 70º aniversário da imigração japonesa no Brasil, com a presença do Príncipe Herdeiro Akihito e da Princesa Michiko do Japão e do presidente do Brasil, Ernesto Geisel. Cerca de 80 mil espectadores, entre eles 2 mil visitantes ilustres do Japão, assistiram à cerimônia. Uma delegação com 147 membros (Comissão Popular de Confraternização Kagoshima-Brasil) presidida por Hanzō Tamari veio especialmente de Kagoshima para a ocasião. No mesmo ano, outras duas delegações (a Missão de Confraternização Kagoshima-Brasil, formada por cerca de 70 pessoas, entre elas o governador Kaname Kamata e sua esposa, e um grupo patrocinado pela Cooperativa Agrícola Central de Kagoshima) visitaram o Brasil por ocasião das comemorações do 65º aniversário de fundação da associação, à época presidida por Shinobu Ikegami, realizadas no Esporte Clube de Pinheiros com a presença de cerca de 2 mil pessoas.

8. Construção da nova sede [1978 – 1981]

Durante a gestão de Shinobu Ikegami (1977-1981), aproveitando-se o ensejo criado pelas comemorações do 70º aniversário da imigração japonesa no Brasil e do 65º aniversário de fundação da Associação Cultural Kagoshima, na assembleia geral de 19 de março de 1978 foi aprovado o projeto que previa a construção de uma nova sede para a entidade. Uma comissão foi criada em outubro do mesmo ano para dar início aos trabalhos.

O governo de Kagoshima doou cerca de 500 mil dólares para a realização do projeto. Outros 90 mil dólares foram levantados no próprio Brasil, perfazendo um total de 590 mil dólares. A nova sede, localizada à Rua Itajobi, nº 54 (Pacaembu, São Paulo, CEP 01246-010), construída num espaço de 1 mil m² (área do prédio 850 m²), foi inaugurada em 19 de outubro de 1980.

Em outubro de 1981, transcorrido um ano desde o término da obra, foi enviada à província de Kagoshima uma comissão de agradecimento formada por 48 membros, liderados pelo ex-presidente da Associação Shinobu Ikegami.

9. Setenta anos de fundação e quinze anos do programa de bolsas [1983/1985]

Em 6 de outubro de 1983, durante a gestão de Katashi Tamari, tiveram lugar as comemorações do 70º aniversário de fundação da Associação Cultural Kagoshima, que contaram com a presença do governador Kaname Kamata e sua esposa, já em sua terceira visita ao Brasil, e outros visitantes insignes de associações civis.

Em novembro de 1985, durante a presidência de Hiroshi Komori, foram realizadas as comemorações dos 15 anos

do programa de bolsas de intercâmbio, reunindo ex-bolsistas (representados por Misaho Murakami), familiares, associados e demais convidados. Na ocasião, discursaram o presidente, Hiroshi Komori, a representante dos ex-bolsistas, Misaho Murakami, ex-presidentes (Masayoshi Kajibata, Haruji Ōhara, Shinobu Ikegami, Katashi Tamari), depois do que então foram lidas as cartas de agradecimento enviadas por ex-bolsistas que não puderam

comparecer e pelos dois bolsistas ainda em treinamento, Hidehira e Maezono, seguidos de uma mensagem de felicitação do governador Kaname Kamata.

10. 80º aniversário da imigração japonesa e 75º aniversário de fundação [1988]

Em 18 de junho de 1988, foram realizadas com grande pompa, no estádio do Pacaembu, as comemorações dos 80 anos da imigração japonesa no Brasil. A solenidade, que foi prestigiada por cerca de 80 mil espectadores, contou com a presença do príncipe Aya-no-miya, de parlamentares (presididos pelo ex-premiê Takeo Fukuda), governadores, grupos de música folclórica e associações de famílias de emigrados, somando mais de 3 mil visitantes. Também participaram, do lado brasileiro, o presidente José Sarney e a primeira-dama, o governador de São Paulo, Orestes Quércia, o ministro das relações exteriores, Roberto C. de Abreu Sodré, o prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, dentre outras figuras insignes da política brasileira.

Em 16 de outubro do mesmo ano, por ocasião das comemorações dos 75 anos da Associação Cultural Kagoshima (realizadas às margens do rio Tietê com a presença de cerca de mil pessoas) a província de Kagoshima enviou ao Brasil uma comitiva de felicitações que incluía o governador da província e sua esposa, deputados de província, empresários e associações de famílias de emigrados.

11. Comemorações dos 80 anos de fundação e a visita do imperador e da imperatriz [1994/1997]

Comemorações dos 80 anos de fundaçãoEm 19 de abril de 1994, foram realizadas no salão da Casa de Portugal as comemorações em homenagem aos 80 anos da Associação Cultural Kagoshima (presidente: Shinobu Ikegami), que tiveram de ser adiadas em função das fortes chuvas que assolaram a província no ano anterior. O evento, do qual participaram cerca de mil pessoas, contou com a presença de uma comitiva formada por 77 pessoas, incluindo o governador Yoshiteru Tsuchiya e sua esposa.

Em maio de 1997, o Brasil recebeu a visita do imperador e da imperatriz do Japão, que desembarcaram em Belém e durante dez dias percorreram diversas cidades brasileiras, como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba, simbolizando o fortalecimento das relações entre Brasil e Japão.

12. 90º aniversário da imigração e 85º aniversário de fundação [1998]

Em 18 de junho de 1998, foram realizadas com a presença do ministro das relações exteriores do Japão, Keizō Obuchi, e sua comitiva as festividades em homenagem ao 90º aniversário da imigração japonesa no Brasil. Nessa época, já era patente a diminuição do número de imigrantes vivos e o envelhecimento da população restante, de modo que desta vez as festividades tiveram uma projeção bem menor. Em 11 de outubro do mesmo ano, foram realizadas no grande auditório da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyō) as comemorações em homenagem aos 85 anos de fundação da Associação Cultural Kagoshima (presidente: Kiyoshi Tokudome), que foram prestigiadas por mais de mil pessoas e contaram com a presença de uma comitiva presidida pelo governador Tatsurō Suga.

Em 1999, uma comitiva formada por oito imigrantes, tendo à frente o presidente da associação, Kiyoshi Tokudome, visitou o Japão a convite do governo de Kagoshima por ocasião da inauguração do Pavilhão Nanohana (“flor de canola”).

13. Cinquenta anos da imigração pós-guerra [2003]

Em julho de 2003, foram realizadas no salão da Câmara dos Deputados do estado de São Paulo as comemorações em homenagem aos 50 anos da imigração japonesa do pós-guerra. Cerca de 600 pessoas estiveram presentes à ocasião, incluindo o embaixador do Japão no Brasil, Tadashi Ikeda, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, quatro governadores de província do Japão e três vice-governadores. O governador Geraldo Alckmin ressaltou, em seu discurso, que “sem a imigração japonesa, São Paulo não existiria”. Kōichi Nakazawa, presidente da comissão organizadora do evento, complementou: “é preciso transmitir às gerações vindouras o percurso histórico da imigração do pós-guerra e o sentimento de gratidão que nós temos pelo Brasil, país que nos acolheu”.

14. 90º aniversário de fundação da associação [2003]

Em outubro de 2003, foram realizadas no ginásio municipal de Itapecerica da Serra as comemorações do 90º aniversário de fundação da Associação Cultural Kagoshima (à época, presidida por Minoru Tabata), a mais antiga associação de província do Brasil. À cerimônia compareceram cerca de 800 pessoas, incluindo uma comitiva composta por mais de 90 membros e que tinha à frente o vice-governador de Kagoshima, Minoru Wakita, e o vice-presidente da câmara dos deputados da província, Masuo Kaneko.

Em outubro de 2006, registrou-se a morte, aos 100 anos, de Tomi Nakagawa, a última dos integrantes da primeira leva de imigrantes japoneses ainda viva. O fato adquiriu certa notoriedade depois da sua veiculação aos meios de comunicação da sociedade brasileira. O embaixador do Japão no Brasil também publicou uma nota de pesar por ocasião do seu falecimento.

15. Centenário da imigração japonesa no Brasil e a vinda do príncipe-herdeiro Naruhito. [2008]

Durante duas semanas, foram realizados por todo o país eventos em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil, iniciados em meados de junho de 2008. O período também foi marcado pela visita do príncipe-herdeiro do Japão, Naruhito, que visitou as cidades de Brasília, São Paulo, Santos, Londrina, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em 21 de junho foi realizada no sambódromo do Anhembi cerimônia oficial do centenário, à qual estiveram presentes o príncipe-herdeiro, o ex-ministro das relações exteriores do Japão, Tarō Asō, uma comitiva de parlamentares, o embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, doze governadores de província, treze presidentes das câmaras dos deputados, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e outras personalidades ilustres. Cerca de 30 mil pessoas prestigia-ram a solenidade. O jovem Enzo Onishi, de 3 anos, sexta geração de descendentes de japoneses, acendeu a pira da tocha da amizade, enviada da cidade japonesa de Kōbe. Cerca de 600 pessoas, entre membros do coro e das forças de auto-defesa do Japão, desfilaram no sambódromo, e outras 1.200 pessoas cantaram e dançaram ao som da música-tema do evento, “Umi wo watatte hyaku-shūnen”.

16. 95º aniversário da associação [2008]

Em novembro de 2008, por ocasião de seu 95º aniversário, a Associação Cultural Kagoshima do Brasil (presidente: Akinori Sonoda) recebeu uma comitiva de confraternização formada por cerca de 100 membros, tendo à frente o governador Yūichirō Itō e o vice-presidente da câmara dos deputados, Kuniharu Yamada, além das comitivas da Associação Cultural Kagoshima do Paraguai (presidente: Yoshito Sonoda) e da Associação Cultural Kagoshima da Argentina (presidente: Ricardo Kato). A cerimônia de aniversário foi realizada no Clube Paineira Morumbi e contou com cerca de 800 participantes.

17. Festival do Japão [1998-]

Com o propósito de divulgar não somente aos descendentes de japoneses, mas também aos brasileiros em geral (o Brasil, como é sabido, é o país com a maior colônia japonesa do mundo), a culinária e as manifestações artísticas típicas das diversas regiões do Japão — aqui representadas pelas associações de província —, em 1998 a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil (Kenren) organizou o primeiro Festival do Japão, que à época ainda se chamava apenas “Nihon Matsuri” (somente a partir da quinta edição o evento passou a se chamar “Festival do Japão”). O conceito original do evento era propor uma atividade coletiva, integradora, que fosse além da simples transmissão de certos aspectos culturais de uma geração a outra. O Festival do Japão acontece todo ano no mês de julho e dura três dias. Desde a primeira edição, o evento cresceu e se transformou bastante — em 2012, mais de 200 mil pessoas passaram pelo festival. Todos os anos a Associação Cultural Kagoshima participa do Festival do Japão, sendo o doce “karukan manjū” e o bolinho de peixe “Satsuma age” os principais produtos comercializados.

18. Sistema de envio de estagiários kenshusei e jisshusei de Kagoshima ao Brasil [2003-]

A Associação deu início em 2003 ao sistema de envio de estagiários (kenshusei e jisshusei) de Kagoshima ao Brasil, que tem como objetivo a formação de recursos humanos que atuem como ponte entre Kagoshima e Brasil, como parte dos projetos comemorativos do 90º aniversário de fundação da Associação, com a cooperação da província-mãe, Departamento de Intercâmbio Internacional de Kagoshima, Associação das Famílias de co-provincianos de Kagoshima no ultramar, órgãos de administração regionais, empresa jornalística Minami Nihon, emissoras de TV etc. Neste projeto, os estagiários da agricultura, os estagiários da área de comunicação em massa (principalmente jornais em língua japonesa) e os professores da Escola de Língua Japonesa de Pilar do Sul desenvolvem as atividades durante aproximadamente um ano. Anualmente recebemos cerca de três estagiários, e até 2014 um total de 36 pessoas participaram, obtendo bons resultados.

19. Programa de intercâmbio da Universidade de Kagoshima [2011-]

Em agosto de 2010, o reitor da Universidade de Kagoshima, Hiroki Yoshida, esteve no Brasil para firmar um convênio com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em agosto de 2011 chegaram ao Brasil os primeiros 12 intercambistas da Universidade de Kagoshima; a estadia no país foi de duas semanas. Em agosto de 2012 outros 14 estudantes vieram ao Brasil através do convênio. No ano de 2013, o número de intercambistas foi 12. Tendo visitado o Brasil por três anos consecutivos e visitado outras regiões do país, como a Amazônia, o reitor Hiroki Yoshida agora espera firmar convênios de intercâmbio com outras universidades brasileiras. Este programa de intercâmbio é fruto de um trabalho conjunto da Associação Cultural Kagoshima com a sucursal brasileira da Associação dos Ex-Alunos da Universidade de Kagoshima.

20. Centenário da Associação Cultural Kagoshima do Brasil [2013]

A síntese histórica da Associação Cultural Kagoshima termina aqui.

As seguintes atividades são realizadas periodicamente pela Associação Cultural Kagoshima: reunião mensal da diretoria, assembleia geral ordinária, festa do ano novo, gincana esportiva, visita ao asilo de idosos, viagens da seção de senhoras, cerimônia em homenagem aos anciões, festa de fim de ano, dentre outras.

A Associação Cultural Kagoshima também participa regularmente dos seguintes eventos: Festival do Japão organizado pelo Kenren, concurso de oratória em língua japonesa, torneio de gateball, torneio de mallet golf, festa de confraternização das províncias de Kyūshū e torneio de karaokê.